domingo, 30 de março de 2008

Polícia Federal entra no caso dos desaparecidos

A Polícia Federal deverá participar da força-tarefa que está sendo organizada pelo Ministério da Defesa para tentar identificar, localizar e resgatar os restos mortais dos 58 guerrilheiros do PC do B mortos durante a Guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1975. A proposta foi feita, ontem, durante encontro entre os ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Defesa, Nelson Jobim.
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– Temos experts na Polícia Federal para colocarmos à disposição do Ministério da Defesa para o cumprimento fiel da sentença judicial – disse Genro.
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O ministro se refere à decisão da juíza federal de Brasília, Solange Salgado, já definitiva, que determina a abertura dos arquivos das Forças Armadas e a busca de informações junto aos militares que participaram da repressão apontando possíveis locais onde foram sepultados os guerrilheiros.
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Restos mortais
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Pelo menos três peritos da Polícia Federal estarão à disposição para análises dos documentos que estão sendo organizados pelo Exército, Marinha e Aeronáutica sobre as circunstâncias em que os guerrilheiros foram mortos e os possíveis locais onde se encontrem seus restos mortais.
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Tarso Genro disse que a Polícia Federal vai colaborar na montagem da força-tarefa e que poderá também participar de uma expedição, em data ainda não definida, na região onde houve o conflito, sob a coordenação da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República.
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O laboratório do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal é considerado um dos mais modernos e eficientes do mundo tanto na análise de documentos quanto em morfologia ou DNA.
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Na questão dos desaparecidos políticos a PF – a corporação policial mais capacitada e aparelhada do país em investigação – tem apenas atendido requisição para cumprir tarefas pontuais: em 2006 fez buscas no Araguaia para tentar, sem sucesso, encontrar as ossadas da guerrilheira Helenira Rezende e, este ano, tomou o depoimento, em Marabá, de um ex-guia do Exército, Vicente Taveira de Oliveira, que estava de posse de um fuzil calibre 22 usado na guerrilha e de onde teria partido o tiro que matou a guerrilheira Valquiria Afonso da Costa.
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As buscas foram feitas em período das chuvas, que é inadequado, e o depoimento do ex-guia não foi além de um registro formal de entrega da arma. A direção da PF sempre se prontificou a colaborar, mas a Comissão de Mortos e Desaparecidos, vinculada a SEDH, se recusava sob o argumento de que o órgão havia integrado as forças da repressão à esquerda armada. Em vez de usar o laboratório da PF, a SEDH contratou um laboratório particular, o americano Genomic Engenharia Molecular, para realizar exames de DNA em ossadas de supostos desaparecidos.
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Em entrevista ao Jornal do Brasil, na semana passada, o tenente da reserva José Vargas Jiménez disse que os guerrilheiros presos ou mortos durante o período em que ele comandou um dos Grupos de Combate, entre outubro de 1973 e fevereiro de 1974, eram levados para as bases militares de Bacaba, em São Domingos do Araguaia, Casa Azul (área onde atualmente está o Denit), em Marabá, ou em Xambioá.
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Fonte: Jornal do Brasil

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