sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Prisão de Traficante de Ibiporã | Polícia Federal | Londrina/PR


Idoso é preso com crack e cocaína em praça de pedágio

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (27/10/2011) na praça de pedágio de Arapongas um homem de 60 anos, que estava retornando do Paraguai com um quilo de crack e um quilo de cocaína pura.

Jailson Alves da Silva estava viajando em um veículo Fiat Elba quando foi abordado em uma barreira policial. Como o veículo estava vazio, o que não é comum para quem está voltando do Paraguai, os policiais desconfiaram da situação.

De acordo com a polícia, durante a conversa com os policiais, Jailson ficou muito nervoso e acabou confessando que foi até o vizinho país buscar a droga, pois estava desempregado e precisando de dinheiro.

Ele ainda informou que pretendia distribuir a droga na região de Londrina e São Paulo. A droga e o veículo foram apreendidos e o acusado permanece detido.

Fonte: Bonde News

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Caminhão é apreendido com 130 quilos de cocaína na BR-369 | Polícia Federal | Londrina/PR

Caminhão é apreendido com 130 quilos de cocaína na BR-369

A apreensão ocorreu durante fiscalização da PRF próximo à praça de pedágio de Arapongas

Um caminhão, com placas do Paraguai, carregado com 130 quilos de pasta base de cocaína foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante fiscalização na tarde desta quarta-feira (26/10/2011), próximo à praça de pedágio de Arapongas, Norte do Paraná.

O motorista e a carga seriam encaminhados à sede da Polícia Federal em Londrina. Durante todo o dia, os policiais fizeram diversas apreensões de mercadorias irregulares.

Fonte: Jornal de Londrina

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Operação Mercúrio | Assaltantes Caixas Eletrônicos | Polícia Federal


PF prende 40 por roubos a caixas eletrônicos no PR, SC e RS (25/10/2011)

No Paraná, a operação foi deflagrada em Curitiba e Londrina, na região Norte do estado. Aproximadamente 300 policiais federais, militares e civis participam da ação

Subiu para 40 o número de presos por suspeita de participar de uma quadrilha que praticava roubos a caixas eletrônicos. Eles foram detidos em uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Polícia Militar e com a Polícia Civil. As pessoas detidas também teriam participado de assaltos a ônibus de turismo, além de sequestros e homicídios.

Aproximadamente 300 policiais federais, militares e civis participam da ação.
A Operação Mercúrio ocorre no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A assessoria de imprensa da PF não soube informar, por volta das 10h30, onde foram efetuadas as prisões. No Paraná, a operação foi deflagrada em Curitiba e Londrina, na região Norte do estado.

Segundo a PF, 39 mandados de prisão deveriam ser cumpridos, mas houve também prisões em flagrante. Outros 50 de busca e apreensão devem ser cumpridos. Os mandados foram expedidos da 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba. As investigações tiveram início em dezembro de 2010.

A assessoria de imprensa da PF informou que algumas pessoas resistiram à prisão e houve confronto armado com os policiais.

Segundo a PF, o grupo é responsável por 15 roubos a caixas eletrônicos dos bancos Itaú, Caixa Econômica Federal, Santander e Sicredi no Paraná e em Santa Catarina. Em Curitiba, a maior parte dos equipamentos roubados localiza-se em terminais de ônibus. A estimativa da PF é de que o prejuízo causado somente à Caixa Econômica Federal seja de R$ 2 milhões.

Ações da quadrilha incluíam também roubos de veículos em Curitiba, região metropolitana e Joinville (SC). Os carros eram clonados e utilizados em assaltos a residências na capital paranaense.

Houve quatro confrontos entre policiais e a quadrilha no período das investigações. Um deles foi registrado no Paraguai, em junho. Dois suspeitos foram mortos e os demais fugiram para o Brasil. Armas e explosivos foram apreendidos naquela ação.

Os presos ficarão sob a custódia dos agentes da Penitenciária Federal de Catanduvas. Eles poderão ser levados para Catanduvas, no Oeste do Paraná, ou para as penitenciárias federais de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) ou Mossoró (RN).

Rio Grande do Sul

Duas prisões foram efetuadas no Rio Grande do Sul até as 10h30. Um dos mandados que deveria ser cumprido era contra um homem conhecido como “Carlos Gordo”. Segundo a PF, ele já estava preso e é considerado um dos bandidos mais perigosos do Rio Grande do Sul. Ele comandava organizações criminosas de dentro do Presídio de Charqueadas.

Fonte: Gazeta do Povo

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Estatização da Fundação Sarney | Vergonha Nacional | Maranhão/MA


Um dia depois de publicado, foi a voto na Assembléia Legislativa do Maranhão o projeto que estatiza a Fundação José Sarney.

Sob protestos da oposição, minoritária, os deputados estaduais que apoiam o governo Roseana Sarney (PMDB) aprovaram o modelo de tramitação da proposta.

Coube ao deputado Jota Pinto (PR), aliado da família Sarney, sugerir que a votação ocorra em “sessão extraordinária”, sob “regime de urgência”.

O regime de toque de caixa foi pedido por Roseana, filha do presidente do Senado e autora do projeto que estatiza a fundação do pai.

Aprovado o modelo, o projeto, cujo teor foi esmiuçado aqui, seguiu para a Comissão de Constituição e Justiça.

Ali, os governistas tramavam uma aprovação instantânea. A proposta seria devolvida ao plenário ainda nesta terça (18/10/2011).

Porém, o deputado Marcelo Tavares (PSB), líder do bloco de oposição, pediu vista do projeto. Com isso, a aprovação foi adiada para esta quarta (19/10/2011).

Rendida à maioria pró-Sarney, a oposição fez em plenário o que lhe resta: esperneou. Em discurso, líder Marcelo Tavares indagou:

“Será o povo do Maranhão que pagará todos os custos deste culto à personalidade de um cidadão maranhense que, se por um lado teve um enorme sucesso na sua vida, deixou o Estado do Maranhão como um dos piores Estados da Federação?”

O coro dos foi reforçado por Rubens Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PT) e Neto Evangelista (PSDB).

A tróica realçou que Roseana propôs a estatização da fundação do pai sem ao menos informar quando a novidade vai custar aos cofres do Estado.

Os deputados não sabem nem mesmo quanto são os funcionários da fundação, que passarão a receber como servidores do governo.

A deputada Gardênia Castelo (PSDB), outra crítica da novidade, questionou a falta de prioridade embutida na urgência.

“Eu não compreendo como uma Casa do Povo pode tratar de forma tão diferente e com pesos tão desiguais uma questão como o piso salarial dos enfermeiros e a urgência na criação da Fundação, sendo o primeiro um projeto de interesse público e o segundo um projeto de interesse particular.”

No instante em que os deputados discusavam, as galerias da Assembléia estavam apinhadas de professores da rede pública de ensino do Maranhão.

A gestão Roseana discute a revisão do Estatuto do Magistério. Receando perder direitos, os professores pedem ao apoio dos deputados. E Gardênia:

“É lamentável que, no Maranhão, as prioridades sejam equivocadas, que o governo não tenha sensibilidade para ouvir e atender uma categoria tão importante, mas se disponha a aprovar em regime de urgência a fundação da Memória Republicana [nome da versão estatal da Fundação Sarney].”

Eterno defensor de Sarney na Assembléia, o deputado Magno Bacelar (PV) contestou os opositores. Disse que a Fundação Sarney precisa de amparo oficial.

Por que? É importante para a vida cultural do Maranhão. Na falta de melhor argumento, Bacelar recitou dado anotada em mensagem de Roseana à Assembléia:

“Mais de 135 mil pessoas já visitaram a Fundação José Sarney, que reúne um dos acervos mais importantes do Brasil.”

Fonte: Josias de Souza

Quem ainda lembra da OPERAÇÃO FAKTOR anteriormente denominada Operação Boi Barrica?

Foi uma operação da Polícia Federal Brasileira que investigou Fernando Sarney, suspeito de fazer caixa dois na campanha de Roseana Sarney na disputa pelo governo do Maranhão em 2006. Antes das eleições, ele teria sacado 2 milhões de reais em dinheiro vivo. O nome Boi Barrica refere-se a um grupo folclórico do Maranhão que tem como padrinhos a família Sarney. A operação teve que ser rebatizada devido a reclamações do grupo boi-bumbá Boizinho Barrica.

Fernando Sarney foi indiciado por formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Todavia, nega todas as acusações.

Em consequência desta operação a Polícia Federal gravou ligações que mostraram indícios de nepotismo praticados por Sarney onde interveio ao entregar um cargo ao namorado de sua neta, juntamente com Agaciel Maia.

Em 2011 o Superior Tribunal de Justiça (Ministros da 6ª Turma) anulou as provas que a Polícia Federal havia encontrado por tê-las considerado ilegais. As investigações, desta forma, retornam quase a seu ponto de início.

Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Operação Roleta Russa | Polícia Federal | Curitiba/PR

PF faz operação de repressão ao jogo do bicho em Curitiba

Policiais cumprem 32 mandados de busca e apreensão em pontos de jogo de bicho da capital. Em um dos locais, considerado uma fortaleza, PF encontrou muito dinheiro e documentos de contabilidade do esquema

A Polícia Federal (PF) realizou, nesta terça-feira (11/10/2011), uma grande ação de repressão a jogos de azar em Curitiba. A Operação Roleta Russa foi deflagrada para cumprir 32 mandados de busca e apreensão, em 32 pontos de jogos ilegais da capital. Em um dos locais, considerado uma fortaleza, os policiais encontraram muitos documentos de contabilidade do esquema e dinheiro.

Cerca de 50 pessoas estavam no imóvel, que compreende uma casa e um galpão cercados por cercas elétricas, na Rua Doutor Reynaldo Machado, no bairro Prado Velho. Segundo o delegado Vagner Mesquita, o local funcionava como uma central do jogo do bicho, onde eram feitas a administração e a contabilidade do jogo ilegal.

No início da noite desta terça-feira, a PF informou que, devido à grande quantidade de material apreendido, um balanço final da operação será apresentado na quarta-feiar (12/10/2011). Os números parciais das ações apontavam a apreensão de 150 máquinas de caça-níqueis, três armas de fogo e um veículo. Duas pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

Cerca de 140 policiais de todo o estado vieram para capital participar da operação. A PF ainda contabiliza o montante de dinheiro apreendido na operação.


Outro caso

Em agosto, policiais da Polícia Civil e da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone), da Militar, estouraram uma "fortaleza" do jogo do bicho, no bairro Jardim Botânico. Quatro pessoas foram detidas na operação. A Policia Militar chegou ao local após uma denúncia de que havia máquinas de caça-níqueis.

Uma abordagem foi feita e os policiais descobriram que ali funcionava uma central do jogo do bicho, onde trabalhavam mais de 100 pessoas. O esquema envolvia pelo menos 50 motoboys, que eram responsáveis por recolher os jogos em bancas pela cidade e fazer o pagamento de apostas. Foi encontrado um cofre, com a quantia de R$ 100 mil, entre notas e moedas. Foram apreendidos 10 computadores, 20 sacos de lixo com cartelas de apostas.

Fonte: Gazeta do Povo

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Morte de Steve Jobs | Fundador da Apple


Morre Steve Jobs, fundador da Apple

Criador da Apple impôs visão de simplicidade no mercado da tecnologia.
Da experiência com drogas às brigas, conheça a trajetória do empresário.

Morreu nesta quarta-feira (5/10/2011) aos 56 anos o empresário Steven Paul Jobs, criador da Apple, maior empresa de capital aberto do mundo, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad.

Idolatrado pelos consumidores de seus produtos e por boa parte dos funcionários da empresa que fundou em uma garagem no Vale do Silício, na Califórnia, e ajudou a transformar na maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado, Jobs foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia. Acreditava que computadores e gadgets deveriam ser fáceis o suficiente para ser operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um de seus bordões prediletos, que era "simplesmente funciona" (em inglês, "it just works"). O impacto desta visão foi além de sua companhia e ajudou a puxar a evolução de produtos como o Windows, da Microsoft.

A luta de Jobs contra o câncer desde 2004 o deixou fisicamente debilitado nos anos de maior sucesso comercial da Apple, que escapou da falência no final da década de 90 para se transformar na maior empresa de tecnologia do planeta. Desde então, passou por um transplante de fígado e viu seu obituário publicado acidentalmente em veículos importantes como a Bloomberg. Há 42 dias, deixou o comando da empresa.

Foi obrigado a lidar com a morte, que temia, como a maioria dos americanos de sua geração, desde os dias de outubro de 1962 que marcaram o ápice da crise dos mísseis cubanos. "Fiquei sem dormir por três ou quatro noites porque temia que se eu fosse dormir não iria acordar", contou, em 1995, ao museu de história oral do Instituto Smithsonian.

"Ninguém quer morrer", disse, posteriormente, em discurso a formandos da universidade de Stanford em junho de 2005, um feito curioso para um homem que jamais obteve um diploma universitário. "Mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. E, por outro lado, a morte é um destino do qual todos nós compartilhamos. Ninguém escapa. É a forma como deve ser, porque a morte é provavelmente a melhor invenção da vida. É o agente da vida. Limpa o velho para dar espaço ao novo."

Homem-zeitgeist
A melhor invenção da vida, nas palavras do zen-budista Jobs, deixa a indústria da tecnologia órfã de seu "homem-zeitgeist", ou seja, o empresário que talvez melhor tenha capturado a essência de seu tempo. Jobs apostou na música digital armazenada em memória flash quando o mercado ainda debatia se não seria mais interessante proteger os CDs para fugir da pirataria.

Ele acreditou que era preciso gastar poder computacional para criar ambientes gráficos de fácil utilização enquanto as gigantes do setor ainda ensinavam usuários a editar o arquivo "AUTOEXEC.BAT" para configurar suas máquinas. Ele viu a oportunidade de criar smartphones para pessoas comuns ao mesmo tempo em que o foco das principais fabricantes era repetir o sucesso corporativo do BlackBerry.

Sob o comando de Jobs, a Apple dizia depender muito pouco de pesquisas de mercado. “Não dá para sair perguntando às pessoas qual é a próxima grande coisa que elas querem. Henry Ford disse que, se tivesse questionado seus clientes sobre o que queriam, a resposta seria um cavalo mais rápido", afirmou, em entrevista à revista "Fortune" em 2008. Em 2010, quando perguntado sobre quanto a Apple havia gasto com pesquisa com consumidores havia sido feito para a criação do iPad, Jobs respondeu que "não faz parte do trabalho do consumidor descobrir o que ele quer. Não gastamos um dólar com isso."

Nem sempre esta habilidade garantiu o sucesso da Apple, como na primeira versão da Apple TV, computador adaptado para trabalhar com central multimídia que não conseguiu um volume de vendas relevantes. Mas Jobs conseguia minimizar os fracassos: no caso da Apple TV, ele dizia que se tratava de um "hobby", um projeto pessoal que não fazia tanta diferença nos planos da empresa.

Perfeccionista e workaholic, Jobs gostava de controlar todos os pontos da produção da Apple, resistindo, inclusive, à decisão de terceirizar gradativamente a fabricação dos produtos da companhia para fabricantes chineses - plano proposto e executado pelo agora novo comandante da companhia, Tim Cook, e que se mostrou acertado.

Conhecido como um “microgerente”, nenhum produto da Apple chegava aos consumidores se não passasse pelo padrões Jobs de qualidade e de excentricidade. Isso incluía, segundo relatos, o número de parafusos existentes na parte inferior de um notebook e a curvatura das quinas de um monitor. No dia do anúncio de que Jobs estava deixando o comando da Apple, Vic Gundotra, criador do Google Plus, contou que recebeu uma ligação do presidente da Apple no domingo para pedir que fosse corrigida a cor de uma das letras do ícone do atalho do Google no iPhone.

Na busca por produtos que fossem de encontro com seu padrão de qualidade pessoal, Jobs era criticado em duas frentes. Concorrentes e boa parte dos consumidores que tentavam fugir da chamado "campo de distorção da realidade" criado pela Apple reclamavam das diversas decisões que faziam dos produtos da companhia um "jardim fechado", incompatíveis com o resto do mundo e restritos a normas que iam além de restrições tecnológicas. Tecnicamente sempre foi possível instalar qualquer programa no iPhone, mas a Apple exige que o consumidor só tenha acesso aos programas aprovados pela companhia.

Internamente, entre alguns de seus funcionários, deixou a imagem de "tirano". Alan Deutschman, autor do livro “The second coming of Steve Jobs", afirma que, ao lado do "Steve bom", o mago das apresentações tão aguardadas pelo didatismo e capacidade de aglutinar o interesse do consumidor, também existia o “Steve mau”, um sujeito que gostava de gritar, humilhar e diminuir qualquer pessoa que lhe causasse algum tipo de desprazer.

Ao jornal “The Guardian”, um ex-funcionário que trabalhou na Apple por 17 anos comparou a convivência com Steve com à sensação de estar constantemente na frente de um lança-chamas. À revista “Wired”, o engenheiro Edward Eigerman afirmou: “mais do que qualquer outro lugar onde já trabalhei, há uma grande preocupação sobre demissão entre os funcionários da Apple”. A mesma publicação contou que o diretor-executivo não via problemas em estacionar sua Mercedes na área da empresa reservada aos deficientes físicos -- às vezes, ele ocupava até dois desses espaços.

Jobs também sempre precisou de um "nêmesis", um inimigo que ele satanizava e ridicularizava em público como contraponto de suas ações na Apple. O primeiro alvo foi a IBM, com quem disputou o mercado de computadores pessoais principalmente no início dos anos 80. Depois, a Microsoft, criadora do MS-DOS e do Windows. Mais recentemente, Jobs vinha mirando o Google, gigante das buscas na internet cujo presidente chegou a fazer parte do conselho de administração da Apple, e que investiu no mercado de sistemas para smartphones com o Android. Jobs ordenou que a Apple lutasse, mesmo que judicialmente, contra o programa que ele considerava um plágio do iOS, coração do iPhone e do iPad.

Do LSD ao Mac
O sucesso empresarial de Jobs é ainda um dos principais resquícios da transformação da contracultura dos anos 60 e 70 em mainstream nas décadas seguintes. A companhia que hoje briga para ser a maior do mundo foi fundada após Jobs ir à Índia em 1973 em busca do guru Neem Karoli Baba. O Maharaji morreu antes da chegada de Jobs, mas o americano dizia que havia encontrado a iluminação no LSD.

"Minhas experiências com LSD foram uma das duas ou três coisas mais importantes que fiz em minha vida", disse, em entrevista ao "New York Times". Depois, afirmou que seu rival, Bill Gates, seria "uma pessoa (com visão) mais ampla se tomasse ácido uma vez". O LSD foi a mesma droga que fascinara o inventor do mouse e precursor do ambiente gráfico, Douglas Englebart, cerca de dez anos antes de Jobs.

Coincidentemente foram o mouse e o ambiente gráfico os inventos que chamaram a atenção de Jobs na fatídica visita ao laboratório da Xerox em Palo Alto, em 1979. É uma das histórias mais contadas e recontadas do Vale do Silício, e as versões variam entre acusações de espionagem industrial à simples troca pela Apple de patentes que a Xerox não teria interesse em desenvolver por ações da companhia, que abriria seu capital no ano seguinte.

Fato é que a equipe de Jobs voltou da visita encantada com a metáfora do "desktop" utilizada pelo Xerox Alto. A integração entre ícones representando cada uma das funções do computador, acessadas por meio de uma seta comandada por um mouse, foi a base do Apple Lisa e, posteriormente, do Macintosh.

Com o "Mac", enfim, Jobs conseguiu colocar em prática a visão de que havia desenvolvido em parceria com o amigo e sócio Steve Wozniak, responsável pela criação das soluções técnicas que fizeram dos primeiros computadores da Apple máquinas que mudaram o cenário da computação "de garagem" que vinha se desenvolvendo nos Estados Unidos nos anos 70. Agora, 8 anos após a fundação da empresa, Jobs e "Woz" apresentavam um computador que não era feito para "o restante de nós".

"Algumas pessoas acreditam que precisamos colocar um IBM PC sobre cada escrivaninha para melhorarmos a produtividade. Não vai funcionar. As palavras mágicas especiais que você precisa aprender são coisas como 'barra Q-Z'. O manual para o WordStar, processador de texto mais popular, tem 400 páginas. Para escrever um livro, você precisa ler um livro - e um que parece um mistério complexo para a maioria das pessoas", afirmou Jobs em entrevista publicada pela Playboy americana de fevereiro de 1985.

Na frase, Jobs demostra que queria enfrentar a IBM, gigante nascida no início do século e que, depois de dominar o mercado de servidores corporativos, queria tomar também o setor de computadores pessoais. Para ele, as máquinas da IBM eram feitas "por engenheiros e para engenheiros", e havia a necessidade de criar algo para o "restante", ou, como diria a famosa campanha "Pense diferente" da Apple de 1997, um computador para "os loucos, os desajustados, os rebeldes (..), as peças redondas encaixadas em buracos quadrados".

Saída da própria empresa
Mas o sucesso do Mac - que viria posteriormente a impulsionar a adoção de ambientes gráficos até mesmo entre os computadores da IBM (com o Windows, criado pela Microsoft) - não evitou que Jobs acabasse demitido de sua própria companhia. As disputas internas entre equipes que queriam investir no mercado corporativo e as que apostavam apenas no consumidor fizeram com que John Sculley, vindo da Pepsi à convite do próprio Jobs, convencesse o conselho de administração de que era hora da empresa se livrar de seu fundador.

Durante a década em que esteve fora, Jobs fez dois investimentos que acabaram, de maneiras diferentes, alavancando o mito em torno de seu "toque de midas". No primeiro, pagou US$ 10 milhões pela problemática divisão de computação gráfica da LucasFilm, empresa de George Lucas responsável por franquias do cinema como Star Wars e Indiana Jones. A nova empresa foi batizada de Pixar, e após emplacar sucessos como “Toy story”, “Vida de inseto”, “Monstros S.A.” e “Procurando Nemo”, acabou sendo adquirida pela Disney por US$ 7,4 bilhões em 2006. No processo, Jobs se transformou no maior acionista individual da companhia de Mickey Mouse.

O outro investimento foi a semente não apenas do retorno de Jobs à Apple, mas teve relação direta com o surgimento da World Wide Web, invenção que impulsionou o crescimento da internet no mundo. Com a NeXT, Jobs desenvolveu computadores poderosos indicados para o uso educacional e desenvolvimento de programas. Um terminal NeXT foi usado por Tim Berners-Lee como o primeiro servidor de web do mundo, em 1991. Em dezembro de 2006, a Apple adquiriu a NeXT, manobra que serviu para incorporar tecnologias ao grupo e trazer Jobs de volta para o comando da companhia.

O retorno de Jobs marca o início de uma era de crescimento para a Apple incomum na história do capitalismo americano. A sequência de sucessos - alguns atrelados a mudanças no paradigma de mercados importantes - inclui o MacBook, o tocador digital iPod, a loja virtual iTunes, o iPhone e o iPad. A maioria destes produtos veio de ideias impostas pelo próprio Jobs. À revista “Fortune”, em 2008, Jobs falou sobre sua tão aclamada criatividade - "sempre aliada ao trabalho duro", como ele mesmo enfatizou. "Não dá para sair perguntando às pessoas qual é a próxima grande coisa que elas querem. Henry Ford disse que, se tivesse questionado seus clientes sobre o que queriam, a resposta seria um cavalo mais rápido."

Nesta segunda passagem, Jobs reforçou ainda o legado de um empresário ímpar, que impunha uma visão holística na criação, desenvolvimento e venda de seus produtos, Do primeiro parafuso ao plástico que embalaria a caixa de cada aparelho, passando por custo, publicidade, estratégia de vendas.

Sigilo na vida pessoal
A mesma discrição que Jobs impunha na vida profissional - os lançamentos da Apple sempre foram tratados como segredo, aumentando a gerar um movimento de especulação que acabava servindo como publicidade gratuita - foi adotada em sua vida pessoal. Por isso, a luta do executivo contra o câncer no pâncreas foi tratada com muito sigilo, dando margem a uma infinidade de boatos.

Em 2004, Jobs fez tratamento após descobrir um tipo raro da doença. Durante o ano de 2008, Jobs foi aparecendo cada vez mais magro e os boatos aumentaram, até que ele anunciou em janeiro de 2009 seu afastamento da diretoria da empresa para cuidar da saúde. No início de 2011, novo afastamento, até que, em agosto, Jobs deixou de vez o comando da Apple. "Eu sempre afirmei que se chegasse o dia em que eu não fosse mais capaz de cumprir minhas obrigações e expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a informá-los disso. Infelizmente, este dia chegou", afirmou, em comunicado.

A vida reservada fez, por exemplo, que Jobs não tivesse contato direto com sua família biológica. Nascido em 24 de fevereiro de 1955 em San Francisco, filho dos então estudantes universitários Abdulfattah John Jandali, imigrante sírio e seguidor do islamismo, e Joanne Simpson, foi entregue à adoção quando sua mãe viajou de Wisconsin até a Califórnia para dar à luz.

Segundo o pai biológico, os sogros não aprovavam que sua filha se casasse com um imigrante muçulmano. Lá, ele foi adotado por Justin e Clara Jobs, que moravam em Mountain View. Seus pais biológicos depois se casaram e tiveram uma filha, a escritora Mona Simpson, que só descobriu a existência do irmão depois de adulta.

Do pai adotivo, herdou a paixão de montar e desmontar objetos. Assim como Paul, Steve não chegou a ser um especialista em eletrônicos, mas ao aprender os conceitos básicos conseguiu se aproximar das pessoas certas no lugar certo. Vivendo no Vale do Silício, conheceu Steve Wozniak, gênio criador do primeiro computador da Apple. Trabalhou na Atari até decidir criar, com Woz, sua própria empresa.

Em mais uma conexão com a contracultura, Jobs teria tido um relacionamento de curta duração com a cantora folk Joan Baez, ex-namorada do ícone da música Bob Dylan, talvez o maior ídolo do empresário.

Casado com Laurene Powell desde 1991, Jobs deixa quatro filhos: Reed Paul, Erin Sienna, e Eve, nascidos de seu relacionamento com Laurene, e Lisa Brennan-Jobs, de um relacionamento anterior com a pintora Chrisann Brennan.

Fonte: G1