segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Operação Mão Dupla | DNIT | Delta Construções | Polícia Federal

PF prende dirigente do DNIT e diretor de empreiteira DELTA

Uma operação da Polícia Federal prendeu no dia 05/08/2010 o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no estado do Ceará, Guedes Ceará, e, em Belém, o empresário Aluízio Alves de Souza, um dos diretores da Delta Construções, empresa que mais recebe verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal na gestão do Partido dos Trabalhadores (PT).

Segundo o superintendente regional da Polícia Federal no Ceará, o delegado Aldair da Rocha, 12 empresas, das quais a maior é a Delta, participavam de um grupo que praticava fraudes em licitações, superfaturamento e desvio de verbas públicas, além de pagamento de obras de infraestrutura rodoviárias que não haviam sido executadas e de realizar serviços com material de qualidade inferior ao contratado.

Na relação, estão duas obras do PAC: a duplicação de uma ponte na BR-304, que liga Natal, no Rio Grande do Norte, a Russas, no interior cearense, sobre o Rio Jaguaribe, no município de Aracati, a 148 quilômetros de Fortaleza, orçada em R$30 milhões; e o recapeamento entre os quilômetros zero e 12 da BR-116, em Fortaleza.

De acordo com Israel Reis Carvalho, coordenador de operações especiais da Controladoria Geral da União (CGU), que colaborou com a operação, batizada de Mão Dupla, a Delta ganhava a maioria das licitações, mas repassava as obras para outras empreiteiras, prática ilegal e feita sem contrato. O superintendente da PF alertou para o risco social de obras com material de má qualidade: há notícias de pontes construídas com material de baixa qualidade e alto custo.

A Polícia Federal afirma ter provas robustas de que o grupo tinha a conivência de servidores do DNIT. Eles são acusados de auxiliar as empresas no superfaturamento, na mudança de qualidade e quantidade de materiais, de atestar obras não executadas e de avisar as empresas sobre fiscalizações.

Participaram da operação 32 servidores da CGU e 200 policiais federais, que cumpriram 52 mandados de busca e apreensão em Fortaleza e em unidades do Dnit nos municípios de Boa Viagem, Icó e Russas.

A PF cumpriu 22 dos 27 mandados de prisão expedidos.

Por decisão judicial, oito servidores do Dnit serão afastados e bens imóveis de alguns investigados serão sequestrados.

O diretor da Delta preso em Belém e mais três capturados em outros estados serão levados a Fortaleza.

Em oito contratos, sete tinham irregularidades As investigações começaram em abril do ano de 2009.

O Dnit tem 36 contratos no estado, que totalizam R$340 milhões.

A CGU analisou oito e detectou irregularidades em sete, para quatro obras: a construção da Ponte da Sabiaguaba, em Fortaleza, inaugurada em junho, e a revitalização de um trecho da BR-020, e as duas obras dos PAC.

A Controladoria estimou em R$ 5 milhões o prejuízo pelas irregularidades detectadas nesta amostragem. Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, prevaricação, peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

A direção do Dnit informou um grupo de procuradores do órgão foi para o estado para se informar sobre o inquérito.

Fonte: O Globo


Video Operação Mão Dupla
Polícia Federal do Ceará

Militares das Forças Armadas do Brasil com funções da Polícia Federal

Militares brasileiros terão poder para fazer prisões nas fronteiras do país

O Senado aprovou no dia 04/08/2010 projeto que dá às Forças Armadas poder de realizar prisões na fronteira. O texto, que vai à sanção presidencial, garante aos militares poder de prisão em ações de patrulhamento, revista ou em flagrante de crimes (qualquer cidadão pode e a polícia deve!). Outro ponto importante permite à Aeronáutica, no momento em que apreender um avião suspeito, fazer prisões em flagrante delito, desde que a polícia judiciária da União (Polícia Federal) não esteja presente. Assim, a FAB poderá prender traficantes ao deter um avião ilícito.

O projeto também reforça a autoridade do ministro da Defesa na organização das Forças Armadas, ao criar o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, que ficará acima dos estados-maiores do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Fonte: O Globo