domingo, 1 de março de 2009

Peritos Federais mortos em Manaus são enterrados

Corpo de perito morto na explosão do laboratório da PF de Manaus é enterrado

O corpo do perito Maurício Barreto da Silva Júnior --vítima da explosão no laboratório no prédio da sede da Polícia Federal em Manaus (AM)-- foi enterrado na manhã deste domingo, 01/03/2009, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na região metropolitana de Recife (PE).

Familiares e amigos da vítima se reuniram durante a madrugada no mesmo local para velar o corpo. O perito morreu por volta das 14h (horário de Brasília) de ontem (28/02/2009). Ele passou por cirurgia na sexta-feira (27), mas não resistiu aos ferimentos. O perito estava internado desde a noite da última sexta.

Além de Maurício, outros dois peritos --Max Neves Nunes e Antônio Carlos de Oliveira-- também estavam no laboratório no momento da explosão. Um quarto perito ficou ferido.

Nunes morreu na tarde de sábado. A equipe médica do Hospital 28 de Agosto realizou uma cirurgia no paciente na sexta e disse que fez tudo que era possível para tentar salvar a vida da vítima. Seu corpo foi para Santarém, no Pará, onde será enterrado.

O corpo de Oliveira --morto na sexta-feira-- foi velado na Câmara Municipal de Manaus e enterrado na cidade na tarde de sábado. Ele também foi levado ao hospital e morreu na sexta-feira.

Ferido

O Perito Criminal Federal Marcos Antônio Mota Ferreira, que estava em uma sala ao lado no momento da explosão no laboratório da Polícia Federal em Manaus (AM) na sexta (27), também ficou ferido, e recebeu alta após ser medicado.

Ele disse que não lembra de muitos detalhes do acidente que matou três pessoas e o deixou ferido.

"Foi tudo muito rápido na hora da explosão. Tudo ficou escuro, tudo estava caindo, os objetos caindo, a divisória da parede explodindo, é só o que eu me lembro", disse Ferreira.

Durante a entrevista, Ferreira demonstrou dificuldade na fala. Ele disse que sofreu lesões nas costas, na perna e no peito e se recupera dos ferimentos em casa.

Acidente

A explosão, que foi seguida de um incêndio, aconteceu por volta das 18h30. Segundo a Polícia Federal, os peritos trabalhavam em uma carga apreendida no momento da explosão.

O laboratório fica no setor técnico. A carceragem e as salas dos delegados não chegaram a ser atingidas.

A perícia no local da explosão está a cargo da Polícia Civil e da Polícia Federal no Estado. Inicialmente, a hipótese é de acidente de trabalho.

Fonte: Folha Online

Explosão em sede da PF em Manaus (AM) pode ter sido armadilha, diz associação

O artefato que explodiu ao ser manuseado por Peritos da Polícia Federal (PF) em Manaus (AM), no início da noite desta sexta-feira, pode ter sido uma armadilha, disse Octavio Brandão Caldas Netto, presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF). A explosão deixou três mortos e um ferido.

Segundo Netto, esta possibilidade somente poderá ser comprovada após a conclusão dos trabalhos periciais. A perícia no local da explosão está a cargo da Polícia Civil e da PF no Estado. Inicialmente, a hipótese é de acidente de trabalho.

"Pelo que fui informado, o cilindro que explodiu havia despertado suspeitas de funcionários dos Correios de Manaus. Eles o furaram e encontraram um pó. Realizaram então, como é de praxe, um teste preliminar para identificar cocaína, e o resultado foi positivo. Em seguida encaminharam o cilindro à Superintendência da PF no estado", explicou o presidente da APCF.

A explosão ocorreu quando os peritos do setor técnico-científico da PF de Manaus manuseavam o cilindro.

"Foi uma explosão fortíssima, que matou o colega Antônio Carlos Oliveira, um perito com 14 anos de experiência na atividade. Pode ter sido uma armadilha, mas ainda é necessário apurarmos para esclarecer se o motivo da explosão foi uma bomba ou um gás inflamável", disse Brandão.

Colega de turma de Oliveira durante o curso de formação para peritos, o Diretor Técnico-Científico da Polícia Federal, Paulo Roberto Fagundes, está a caminho de Manaus juntamente com peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e com o Diretor Geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.

"Montamos uma equipe de sete peritos que analisarão o local, e só teremos informações embasadas a partir da próxima semana. Portanto é cedo para qualquer tipo de conclusão", disse Fagundes momentos antes de embarcar para Manaus.

O Perito Marcos Antônio Mota Ferreira estava em uma sala ao lado no momento da explosão e teria sofrido apenas ferimentos leves. Ele ainda está sob observação.

"É um fato lamentável, decorrente do risco que sempre corremos ao exercer nossas atividades", declarou Brandão.

Fonte: Folha Online