segunda-feira, 31 de março de 2008

PF apreende 300 quilos de cocaína em Itatiba

A Polícia Federal apreendeu um carregamento de 300 quilos de cocaína e um fuzil de calibre 7,62 mm que vinham da Bolívia para o interior de São Paulo. A rota é a mesma usada por traficantes de drogas ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), como parte do esquema de envio de cocaína boliviana negociado pela facção criminosa com traficantes daquele país ligados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A PF não confirmou nem desmentiu a ligação do carregamento da droga com o PCC.
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O Estado revelou ontem que a cúpula do PCC enviou em janeiro dois emissários para Puerto Quijaro e Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para fazer um acordo comercial que garantisse o envio de uma tonelada de cocaína de alta qualidade por mês, além de fuzis e explosivos para atentados. O relato da viagem foi apreendido com Wagner Roberto Raposo Olzon, preso pela Polícia Militar e autuado em flagrante pela PF sob a acusação de tráfico internacional de drogas.
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A PF divulgou anteontem que a ação de seus agentes que levou ao carregamento de cocaína foi resultado de uma investigação que já durava seis meses. A operação contou com homens da Coordenação Policial de Repressão a Entorpecentes de Brasília e da Superintendência do Mato Grosso do Sul.
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PRISÕES
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Quatro homens - cujas identidades não foram reveladas - foram presos em flagrante na operação. Os federais monitoraram a droga desde a saída do carregamento da Bolívia. A cocaína veio em um avião que decolou da Bolívia. O piloto levou a droga até uma pista clandestina em uma cidade do sul de Minas Gerais, onde foi transferida para o porta-malas de uma picape Explorer para ser trazida a São Paulo. O destino do carregamento seria um sítio na região de Itatiba, onde o entorpecente deveria ser guardado antes de ser misturado com cafeína, lidocaína e outras substância para aumentar o peso e os lucros da organização. Só então seria distribuído nas bocas de fumo.
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Os federais acompanharam a Explorer até as proximidades do sítio, quando o motorista desconfiou e tentou fugir. Os agentes iniciaram a perseguição. Houve tiroteio. Os homens da PF conseguiram acertar vários disparos nos pneus do veículo para obrigar o motorista a parar. O homem, que estava armado com o fuzil, acabou perdendo o controle da direção e caiu em uma ribanceira. Apesar do tiroteio e do acidente, ninguém ficou ferido.
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A droga foi apreendida e levada para a sede da Superintendência da PF em São Paulo, na Lapa, zona oeste da cidade. Em seguida, os agentes entraram no sítio e detiveram o homem que estava aguardando a chegada do carregamento de cocaína em Itatiba. O próximo passo da PF foi ir atrás do avião que transportou a cocaína.
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PILOTOS
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Localizado pela Aeronáutica, o avião pousou em Campo Grande (MS), onde agentes da superintendência daquele Estado aguardavam a aeronave. Tanto o piloto como o co-piloto foram autuados em flagrante por tráfico internacional de drogas. O motorista da Explorer responderá ainda pela acusação de porte ilegal de arma.
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Além da cúpula do PCC, documentos apreendidos pela PF com Olzon mostram que outros traficantes ligados à facção já foram à Bolívia negociar a compra de cocaína. Mas eram negócios particulares desses "irmãos" - criminosos filiados à organização, chamada de "família" pelos bandidos.

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